Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes publicou uma nota neste sábado (22) repudiando as agressões feitas pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) contra a ministra Carmen Lúcia em um vídeo publicado nas redes sociais.
Assim como publicou o Brasil123, Roberto Jefferson, enquanto comentava discordar do voto de Carmén Lúcia em uma ação no TSE que puniu a “Jovem Pan” por seus comentaristas distorcerem informações e ofenderem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), xingou a ministra de “bruxa” e ainda a comparou com uma “prostituta”:
“Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombad*s” né? Aí que viram para o cara diz: ‘E, benzinho, no rabinh*, nunca dei o rabinh*, pela primeira vez. É a primeira vez’. Ela fez pela primeira vez, ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez. Ela diz assim: ‘é inconstitucional, censura prévia é contra a súmula do Supremo’, mas é só dessa vez benzinho”, disse ele.
Por conta das ofensas, Alexandre de Moraes, que assim como a ministra, além de integrar o TSE, são do Supremo Tribunal Federal (STF), repudiou as palavras proferidas por Roberto Jefferson, classificando-as como um ato “covarde”. Na nota, o presidente do TSE ainda afirmou que “tomará todas as providências institucionais necessárias para o combate a intolerância, a violência, o ódio, a discriminação e a misoginia que são atentatórios à dignidade de todas as mulheres e inimigos da democracia”.
Em outro trecho, Alexandre de Moraes pontuou que essas agressões “machistas e misóginas demonstram a insignificante estatura moral e intelectual” das pessoas que se “escondem no falso manto de uma inexistente e criminosa ‘liberdade de agressão'”. De acordo com ele, essas agressões “jamais se confundirão com o direito constitucional de liberdade de expressão que, no Brasil e nos países civilizados, não permite sua utilização como escudo protetivo para a prática de todo tipo de infrações penais”.
Roberto Jefferson preso
Desde o ano passado, por determinação de Alexandre de Moraes, Roberto Jefferson se encontra em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Ele, que está proibido de usar as redes sociais, é um dos alvos do inquérito que apura a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito.
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