Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu, nesta sexta-feira (18), no inquérito que trata sobre os atos de 08 de janeiro, o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL), da Paraíba. De acordo com a decisão, ele, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), será investigado por supostamente ter apoiado a invasão de apoiadores radiciais do ex-chefe do Executivo que culminou na destruição das sedes dos Três Poderes – STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
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Essa inclusão foi um pedido do diretório do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Paraíba, que solicitou que Alexandre de Moraes incluísse quatro políticos da Paraíba no inquérito aberto com o objetivo de apurar a “autoria intelectual ou instigação” dos atos sem precedentes na história do Brasil registrados no 08 de janeiro deste ano, dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter assumido o Executivo.
Na decisão de Alexandre de Moraes, além de Cabo Gilberto, também foram incluídos na investigação os outros três políticos citados pelo PSOL, sendo eles: Nilvan Ferreira (PL-PB), que é ex-candidato ao governo da Paraíba, Walber Virgolino (PL-PB), deputado estadual, e Eliza Virginia (PP/PB), vereadora de João Pessoa, na Paraíba.
Além do trio, Alexandre de Moraes também incluiu no inquérito a jornalista Pâmela Bório, que é ex-primeira dama da Paraíba e, no dia de 08 de janeiro, estava em Brasília. Segundo o PSOL, os políticos, antes, durante e depois dos atos, “postaram mensagens que exaltaram” as ações criminosos registradas na capital na data citada. Em sua determinação, Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) tome o depoimento dos investigados em até 15 dias.
Quando pediu que o deputado federal fosse investigado, o PSOL destacou duas postagens que ele realizou no Twitter e teve, conforme o partido, o objetivo de incentivar os atos de terrorismo registrados em Brasília. Em uma dessas publicações, Cabo Gilberto disse que “o povo não aguenta mais ser estrangulado por quem deveria ser o guardião da constituição federal”.
“Não defendo depredação do patrimônio público”, disse ele uma outra postagem, ressaltando, todavia que respeita “todas as manifestações”. “Porém, o povo não aguenta mais ser estrangulado por quem deveria ser o guardião da constituição federal. Um dos maiores responsáveis é o presidente do Congresso Nacional, omisso e prevaricador”, disse ele no dia em que as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
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