Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou neste sábado (01) que, em sua visão, a extrema-direita capturou as redes sociais para atacar a democracia. De acordo com ele, essa “captura” não foi registrada somente no Brasil, pois, segundo ele, a extrema-direita tem agido em todo o mundo.
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“O Brasil sofreu esse ataque massivo a democracia, não foi uma questão brasileira só, nós tivemos no mundo todo uma captura, pela extrema-direita, das redes sociais com a finalidade ao ataque a democracia, a quebra das regras democráticas. De forma absurdamente competente, a extrema-direita primeiro diagnosticou e depois capturou todas as redes sociais”, afirmou o ministro.
Durante sua fala, feita em um evento em Brasília, Alexandre de Moraes lembrou que as redes sociais nasceram com a primavera árabe e tendo como uma de suas funções ser um “instrumento de democracia” contra estados totalitários. Todavia, de acordo com o ministro, “a extrema-direita, principalmente nos EUA, diagnosticou isso e passou a estudar essa questão”.
“E principalmente a se apoderar desses mecanismos, mas com outras finalidades, com a finalidade da quebra da democracia e do estado de direito. Atacando os três pilares da democracia”, afirmou o ministro no momento em que lembrava dos ataques às sedes dos Três Poderes – STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional – no dia 08 de janeiro. “As pessoas que depredaram os Três Poderes são alienadas. Acham que não fizeram nada. Que é liberdade de manifestação”, disse ele.
O ministro disse ainda que os ataques à imprensa são uma das estratégias para a propagação de notícias falsas nas redes sociais que atentam contra o estado democrático de direito. “As ideias fascistas, de ódio, elas saíram do bueiro. O bueiro foi destampado”, afirmou o ministro, pontuando ainda que, atualmente, existe “uma rede de desinformação que a população acredita tanto ou mais quanto a imprensa”.
Em outro momento, ele afirmou que a estratégia desses grupos foi “equiparar as notícias fraudulentas”. “Eles disseram: ‘Vamos equiparar a desinformação com a informação’. Eles têm a vantagem de que as suas desinformações são irresponsáveis, enquanto a imprensa tem responsabilidade pelo que divulga”.
Por fim, Alexandre de Moraes, que também desempenha o cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pontuou que, atualmente, a desinformação tem o mesmo valor, às vezes até maior para determinadas bolhas, do que a informação propriamente dita.
“Se pegarmos as audiências dos grandes jornais, essa audiência é menor, o alcance é menor do que os grandes influenciadores. Então foi o ataque direto, tirar a mídia. Basta ver que todos, todos os pretensos candidatos a ditador criticam a liberdade da imprensa e a imprensa”, finalizou o ministro.
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