Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (14) que a democracia está sendo corroída pelas notícias falsas, as famosas fake news. A declaração foi feita durante a participação dele no Lide Brazil Conference, em Nova York. O evento acontece nesta segunda e na terça-feira (15) e reúne mais de 260 empresários políticos como, por exemplo, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB).
De acordo com o ministro, o legislativo terá um “papel importantíssimo e necessário” no combate do tema. “Não é possível que nós não tenhamos consciência que a desinformação, o discurso de ódio, discursos preconceituosos, discursos agressivos nas redes sociais vêm corroendo a nossa democracia”, disse o ministro.
No evento, inclusive, Alexandre de Moraes elogiou Michel Temer, dizendo que ele merecia mais tempo como chefe do Executivo – o ex-presidente assumiu o posto após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. “O tempo da presidência de vossa excelência Michel Temer foi pouco, o Brasil merecia mais”, disse.
Em outro momento, o ministro fez uma analogia às empresas privadas, dizendo que “nenhuma delas resistiria as campanhas de desinformação e ataques como houve e vêm ocorrendo em relação ao poder Judiciário”.
“Não resistiriam porque não há uma regulamentação em relação às redes sociais e isso é um problema mundial”, citou ele, lembrando que a União Europeia e países como Austrália e Estados Unidos estão com projetos em andamento para regulamentar as redes sociais.
Segundo Alexandre de Moraes, “não é possível que as milícias digitais possam atacar impunemente sem que haja uma responsabilização dentro do binômio tradicional histórico da liberdade de expressão, que é a liberdade com responsabilidade”.
“Essas redes sociais, essas pessoas, supostamente pertencem à imprensa acabam se misturando com a imprensa séria, tradicional; só que a imprensa tradicional tem responsabilidade, pode eventualmente ser responsabilizada e por isso ela tem respeitabilidade”, disse o ministro.
Para ele, hoje, a grande parte da população não sabe mais o que é notícia verdadeira e o que é fraudulenta. “Isso vai corroendo a própria imprensa tradicional”, salientou o ministro do STF, que também desempenha a função de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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