Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (31) que a Polícia Federal (PF) tome, em até cinco dias, o depoimento de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), sobre propostas de teor golpistas.
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De acordo com Alexandre de Moraes, declarações recentes do presidente do PL, que tem entre seus filiados o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro, “devem ser esclarecidas no contexto mais amplo desta investigação, notadamente no que diz respeito à adesão, por terceiras pessoas, de eventual intenção golpista”.
Ainda conforme Alexandre de Moraes, os possíveis crimes em investigação são golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Essa decisão foi ao encontro do que pediu a Polícia Federal, que também nesta terça havia solicitado que o ministro determinasse a oitiva de Valdermar Costa Neto.
No pedido, a Polícia Federal citou uma entrevista dada pelo presidente do PL ao jornal “O Globo”. Na ocasião, ele afirmou que integrantes e interlocutores da gestão de Bolsonaro tinham, em suas casas, propostas similares à “minuta do golpe”.
“Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo”, disse o presidente do PL ao jornal “O Globo”. Ainda na entrevista, ele afirmou que “triturou” as minutas que, assim como publicou o Brasil123, tinham como objetivo instaurar um Estado de Defesa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das eleições vencidas pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Também nesta terça, Rosa Weber, presidente do STF, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra Valdemar Costa Neto por uma suposta destruição das propostas de minutas. Na ação, também cita-se a entrevista do presidente do PL ao jornal “O Globo” e a afirmação de que os documentos foram “triturados”.
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