O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi ao encontro do que pediu a Procuradoria Geral da República (PGR) e determinou que as investigações sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas e as diligências sobre a suposta atuação de uma milícia digital contra a democracia, passem a ser feitas juntas.
Na semana passada, a Procuradoria Geral da República defendeu que era necessário juntar as duas investigações antes de decidir se denuncia ou não o presidente Jair Bolsonaro por conta de eventuais crimes cometidos.
O inquérito sobre os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral foi aberto no ano passado depois que o chefe do Executivo proliferou notícias falsas, as famosas fake news, sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral. Isso, durante sua tradicional transmissão ao vivo que acontece toda quinta-feira.
Já o outro inquérito, o da milícia digital, apura a existência de um grupo que supostamente atua com o objetivo de atacar a democracia se articulando em núcleos. De acordo com apurações da Polícia Federal (PF), a suspeita é que esses grupos tenham usado dinheiro público para as práticas criminosas.
Compartilhamento de provas
A ordem de unificar as investigações foi tomada nesta terça (10). No entanto, as informações sobre as diligências já vinham sendo compartilhadas. Isso porque, assim como publicou o Brasil123 em fevereiro deste ano, Alexandre de Moraes permitiu a troca de provas entre as duas apurações, mais uma vez atendendo a um pedido da PGR.
Na ocasião, o ministro do STF afirmou que a medida estava sendo tomada por conta “da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas”.
“A Polícia Federal realizou diversas diligências e concluiu que os elementos de interesse obtidos durante a investigação corroboram a essência da forma de atuar desse grupo de pessoas”, disse o ministro à época, determinando ainda o encaminhamento sobre o inquérito que trata dos ataques de Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiu abrir um inquérito administrativo com o intuito de apurar os atos do presidente.
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