Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deu nesta quarta-feira (18) mais dez dias para que a Polícia Federal (PF) elabore um relatório sobre as mensagens que foram obtidas por meio de uma quebra de sigilo e incluídas no inquérito que apura o suposto vazamento de dados sigilosos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
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No começo deste mês, o ministro havia determinado que a PF deveria realizar o relatório em 15 dias. A ordem ocorreu depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento da investigação e a Polícia Federal deu um parecer informando que havia visto indícios de que Bolsonaro cometeu crime ao revelar os dados sigilosos.
A prorrogação e a determinação da quebra de sigilo, afirmou Alexandre de Moraes, são fundamentais para que a PGR dê um novo parecer sobre o caso envolvendo o chefe do Executivo.
“A Polícia Federal, ao concluir a investigação encaminhou as mídias que contém o material obtido da quebra de sigilo telemático, não elaborando, entretanto, relatório específico da referida diligência, essencial para a completa análise dos elementos de prova pela Procuradoria-Geral da República”, disse o ministro, que ordenou que as informações sobre a quebra devem ser mantidas em sigilo.
Vazamento de Bolsonaro
Assim como publicou o Brasil123, o vazamento de Bolsonaro aconteceu em agosto do ano passado, quando o presidente divulgou em suas redes sociais o conteúdo completo do inquérito da Polícia Federal que apura um suposto ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.
Por lei, todo servidor público deve proteger informações sigilosas. Por conta disso, além de ressaltar que o suposto ataque não representou qualquer risco às eleições, o TSE enviou uma notícia-crime ao STF para relatar a conduta de Bolsonaro, que se tornou, desta forma, alvo de um inquérito na Corte.
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