Nesse domingo (29), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou ao seu partido sua pré-candidatura à Presidência da República. Ele espera que seu nome seja uma alternativa viável para a tão sonhada terceira via nas eleições presidenciais de 2022; dessa forma, Vieira pretende quebrar a polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro, que lideram as pesquisas de intenção de voto.
Falando sobre sua candidatura à presidência, Alessandro Vieira esclareceu que “depois de pensar muito, decidi colocar meu nome à disposição do Cidadania como pré-candidato à Presidência. Pelo que tenho visto, nas movimentações de partidos, parlamentares e movimentos de renovação, estamos ficando pra trás no processo de construção da Terceira Via. Não vamos nos omitir e fortalecer a polarização”.
Assim como boa parte dos brasileiros, o parlamentar admitiu que não se sente “representado pela permanência de Bolsonaro no poder ou pelo retorno de Lula”. Ele entende ser necessário um fato novo, com potencial de mobilização que reposicione o Cidadania no cenário nacional, com evidentes impactos nos cenários locais.
Porém, embora acredite que seu nome cumpra todos os requisitos para iniciar a corrida presidencial, Alessando Vieira ainda não teve nenhuma resposta do partido sobre sua pré-candidatura.
Alessandro Vieira como candidato a presidência é uma boa terceira via?
É quase certo que Lula (PT) e Bolsonaro (sem partido) disputem a presidência em 2022. Se isso acontecer, existe uma grande chance de os dois candidatos irem juntos para o segundo turno, o que desagrada boa parte dos políticos e dos eleitores. Por esse motivo, partidos de centro-esquerda e de centro-direita estão procurando uma terceira via para fazer frente a esses dois candidatos.
Alguns nomes importantes, como FHC, já falaram o que pensam sobre a terceira via. Para o ex-presidente, essa nova opção precisará ser polarizada para alcançar o público necessário. Por outro lado, na visão de Bruno Araújo, presidente do PSDB, o essencial é conquistar a “maioria silenciosa”, as pessoas que não querem a volta de Lula, mas não querem reeleger Bolsonaro.
Pablo Vieira, cientista político pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), explicou que “O que faltou para esses nomes de centro foi a definição de um programa mínimo de governo e de convergências. As articulações travaram quando todos os nomes estavam dispostos a ser esse candidato único e angariar todos os apoios, mas me parece que nenhum pretendia abrir mão do seu próprio nome para apoiar o outro”.
Até o momento, alguns nomes já foram levantados, mas nada que tenha a capacidade de personificar a tão sonhada terceira via. Aparentemente, o único consenso entre esses partidos é que, pelo menos no primeiro turno, nenhum deles apoiará Lula ou Bolsonaro.
Sendo assim, apesar das boas intenções de Alessandro Vieira, no momento ele não parece um nome forte o bastante para personificar os anseios de uma terceira via.