Uma decisão recente da justiça pode beneficiar milhões de brasileiros que sofreram uma exposição de seus dados por instituições que deveriam protegê-los. Assim, esses indivíduos que receberam o Auxílio Brasil no ano anterior, 2022, devem receber uma indenização substancial, em reparação aos danos em virtude dessa falha.
Em um contexto, que movimentou o Brasil e expôs o quão frágil é a segurança dos sistemas de proteção de dados, essa decisão traz alívio. Afinal, as medidas que as empresas adotam para garantir a segurança dos dados, precisam de melhorias. Então, essa decisão judicial que decretou que a CEF (Caixa Econômica Federal) e outras instituições do governo devem pagar indenização aos 4 milhões de beneficiários do programa, os quais o vazamento de dados pessoais afetou, fará com que as empresas percebam essa necessidade.
Quer saber mais detalhes sobre essa decisão judicial e descobrir a quem a medida beneficia? Continue a leitura do texto até o final?
O incidente envolvendo o Auxílio Brasil e o valor exorbitante do total de indenizações
Vale relembrar os detalhes desse evento que chocou o país, a revelação sobre o vazamento de dados pessoais, ocorreu no mês de outubro do ano passado. Assim, o incidente além de quebrar a confiança que os brasileiros depositaram nessas instituições, também ofereceu riscos à privacidade de um quantitativo enorme de beneficiários.
Desse modo, o montante das indenizações que a justiça determinou (R$ 15 mil por pessoa que sofreu dano), soma a exorbitante quantia de R$ 56 bilhões. Contudo, cabe destacar que o episódio, revelou dados sensíveis, que deveriam contar com proteção absoluta. Entre essas informações estavam:
- Números de registros governamentais;
- Identificação pessoal;
- Endereço residencial.
Entretanto, o que mais choca é saber que aproximadamente 12 bancos e outras entidades financeiras acessaram sem autorização essa série de dados. Ou seja, além das entidades do governo que teriam a responsabilidade de cuidar e gerir essas informações, outras instituições se utilizaram indevidamente desses dados.
Gravidade do incidente envolvendo o Auxílio Brasil
Além de ressaltar a importância dessa decisão da justiça que teve ampla repercussão, cabe reforçar a gravidade desse fato. Sendo assim, o magistrado federal, que se encarregou do ação foi veemente em suas palavras, apontando evidências contundentes que corroboram a decisão de condenar a CEF, a Dataprev e também a União.
Dessa forma, ele estipulou que cada titular do benefício que sofreu com essa exposição de dados receba uma compensação financeira no valor de R$ 15.000 como indenização por danos morais. O juiz ressaltou, ainda, a gravidade do incidente que possibilitou o vazamento de dados, independente dos motivos nos bastidores do episódio. O magistrado enfatizou também a obrigação que essas instituições tem de proteger a privacidade do cidadão.
Como garantir o pagamento das indenizações
Por fim, vale salientar que apesar de haver muitas dúvidas sobre a forma, o meio e o momento em que ocorrerá o pagamento desses valores indenizatório, o juiz já apontou a possibilidade de multas, na hipótese de não cumprimento da decisão judicial. Desse modo, haverá a aplicação de uma multa de R$ 10.000 por dia, às instituições que foram condenadas.
Contudo, tanto a Caixa Econômica, quanto as outras duas instituições, Dataprev e a União, já contestaram a sentença, entrando com recursos. Sendo assim, o caso pode chegar até as instâncias mais superiores da justiça, com possibilidade de chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal) para uma sentença definitiva.
Você concorda que as empresas envolvidas no episódio que expôs dados de beneficiários do Auxílio Brasil devam sofrer punições? Comente conosco.