Um novo capítulo da novela André Mendonça no Supremo Tribunal Federal (STF) foi revelado nesta quinta-feira (23). Isso porque, de acordo com Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o tema só será pautado após uma resposta da Corte.
A resposta em questão é sobre, justamente, a demora do senador em pautar a sabatina do ex-ministro, visto que, na quarta-feira (22), os senadores Alessandro Vieira e Jorge Kajuru recorreram ao STF para que Alcolumbre seja obrigado a agendar uma data.
“Agora está sub judice, não posso me manifestar. Fiquem tranquilos, vamos decidir. Mas não posso me manifestar porque agora judicializou”, disse Davi Alcolumbre.
De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, relator da ação no STF, Alcolumbre terá dez dias para explicar o porquê de estar demorando tanto para marcar a data da sabatina de André Mendonça.
Além do senador, a Procuradoria Geral da República também terá de se manifestar sobre o caso. De acordo com as informações, essa manifestação pode demorar um tempo, pois Augusto Aras, chefe do órgão, também tem interesse na vaga do Supremo.
Indicação de André Mendonça
Ex-ministro da Justiça, André Mendonça foi indicado ainda em julho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ser o sucessor de Marco Aurélio Mello, que se aposentou ao completar 75 anos.
Desde então, a indicação está parada. Isso porque a sabatina do indicado, que é um rito obrigatório feito na CCJ, precisa ser pautada por Alcolumbre, que é o presidente da comissão.
Nas últimas semanas, o senador vem sofrendo pressão de aliados e até mesmo de pessoas contra o governo para que a data do rito seja logo marcada. Todavia, a pressão de nada tem adiantado.
Um fato que demonstra uma possível “má vontade” política é que, durante este meio tempo entre a indicação e a demora na sabatina, Alcolumbre pautou a recondução de Augusto Aras ao posto de procurador-geral da República, isto é, sua reeleição no cargo, encaminhada por Bolsonaro dias depois da indicação de André Mendonça.
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