O vice-presidente do Brasil e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, defendeu hoje uma reforma tributária no Brasil. Além disso, ele afirmou que Lula não vai revogar as reformas trabalhista e previdenciária, como se especulou nas últimas semanas. Em relação aos impostos, ele disse que o Brasil tem um “manicômio tributário” e disse ser “senso comum” a necessidade de uma reforma nos tributos.
A proposta de mudar os impostos do Brasil é algo anunciado como prioridade pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Após as falas, que ocorreram na FIESP, Alckmin disse que é preciso simplificar a tributação brasileira.
O que é reforma tributária?
A reforma tributária do Brasil é um assunto desejado e discutido há muito tempo por economistas e advogados. A ideia é mudar a forma como o Brasil cobra impostos, principalmente em relação aos mais pobres e em relação às empresas. Isso porque, hoje, o país é um dos que mais tributa empresas no mundo, além de tributar o consumo, que incide de forma mais pesada sobre quem ganha menos.
Além disso, a linha do novo governo é rever a tributação da camada mais rica da população. Em falas passadas, o próprio presidente Lula disse que colocaria “o pobre no orçamento, e o rico no Imposto de Renda”. Em relação a isso, Alckmin disse que “o papel da sociedade civil organizada será fundamental” para que o governo possa caminhar em relação à mudanças nos impostos.
Essa fala se junta a outras colocações importantes do vice-presidente do país. Há alguns dias, Alckmin disse que é fundamental que o país avance em industrialização, mencionando a pasta que lidera atualmente. O cenário atual é de dificuldades para a indústria no Brasil, com o fechamento de postos de trabalho e a migração de multinacionais para outros países.
Alckmin quer acabar com o IPI
Diante da mudanças dos impostos, Alckmin mencionou, rapidamente, o pacote fiscal de Fernando Haddad. As medidas do ministro da Fazenda desagradaram os tributaristas, mas o vice-presidente defendeu que é preciso ir além. Isso porque a ideia do novo governo é acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Segundo o novo governo, essa extinção do imposto IPI poderia incentivar a industrialização no país. Vale lembrar que no governo anterior foram retiradas alíquotas de diversos produtos, como eletrônicos, videogames, entre outros produtos. Além deles, respiradores e aparelhos médicos ficaram isentos do imposto, por conta da pandemia. Agora, o tributo volta a ser alvo de falas de Alckmin, que ganhou apoio da FIESP em suas falas.
Segundo o vice-presidente, o IPI não foi incluído no pacote de medidas fiscais de Haddad. Por conta disso, o próximo passo do governo é tentar acabar com o imposto. Alckmin se refere a um pedido antigo do setor industrial de diminuição de impostos para o setor.
Segundo especialistas, as falas de Alckmin apontam para um andamento mais rápido da reforma tributária. Contudo, eles relembrar que a medida precisa de amplo debate, dado que é um tema sensível a toda a economia do país.