Políticos que integram a ala mais radical do Partido dos Trabalhadores (PT), informou nesta quarta-feira (23) o canal “CNN Brasil”, estão reclamando internamente de uma das indicações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do Banco Central. De acordo com a emissora, o alvo da vez é Rodolfo Fróes, um nome que chegou à Diretoria de Política Monetária do BC por indicação do chefe do Executivo.
Segundo a “CNN Brasil”, integrantes do PT citam uma doação de Rodolfo Fróes à campanha do deputado federal Paulo Ganime (Novo) em 2018 e também a sua ligação com o mercado financeiro. Além disso, os integrantes do partido criticam a indicação por conta de uma suposta sociedade que Rodolfo Fróes tem com Jorge Felipe Lemann, filho do bilionário Jorge Paulo Lemann (do 3G Capital), em uma corretora.
Conforme o canal, hoje, mesmo não existindo um indicativo de revolta na bancada do PT, a divulgação do nome de Rodolfo Fróes foi capaz de criar uma espécie de “ruído” entre a ala mais radical do Partido dos Trabalhadores, que hoje atua contra Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central.
“O nome de Fróes vem sendo citado como um dos dois que serão indicados por Lula ao Banco Central nas próximas semanas”, informou a “CNN Brasil”, destacando que Rodolfo Monteiro, servidor de carreira da instituição financeira, deve ser indicado para a Diretoria de Fiscalização da entidade – após serem formalizadas, as indicações para a entidade ainda precisam passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e depois pelo plenário da Casa.
Lula também está deixando partidos aliados descontentes
Além de integrantes do PT, quem também está insatisfeito com Lula é o Partido Social Democrático (PSD), que se tornou mais uma legenda aliada ao partido a reclamar da atual articulação do governo do presidente. Hoje, a legenda reclama que tem sido deixada de lado pela administração do chefe do Executivo.
Essa reclamação veio à tona após um evento realizado em Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo. Por lá, o Ministério da Educação (MEC) revelou a criação de um instituto federal de educação. O lançamento da iniciativa, todavia, foi feito em parceria com o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), que nas eleições passadas, apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com informações do portal “G1”, o PSD não gostou nada do fato de que Ricardo Silva, que é filiado ao partido, e opositor do prefeito de Ribeirão Preto, sequer foi convidado para o lançamento do instituto federal, localizado em seu reduto eleitoral.
Uma outra insatisfação do partido é quanto ao espaço que a legenda tem tido no governo Lula. A sigla reclama que partidos como União Brasil e MDB hoje aparecem com dois ministérios cada um. Em contrapartida, o PSD soma apenas uma pasta, a da Pesca, recém criada pela gestão de Lula.
Não bastassem essas reclamações, a legenda também está insatisfeita com o fato de que a gestão Lula destinou ao partido a gerência de uma pasta que não conta com nenhuma autarquia ou órgão regional em sua estrutura. Nesse sentido, a informação é que o partido, a partir de reuniões internas, tenda a traçar estratégias que visem conseguir meios de requisitar mais atenção e mais espaço do governo. “O Planalto ganhou mais uma sigla descontente para administrar e contemplar”, afirmou um integrante do PSD.
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