Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura nesta quarta-feira (26) mostram que os produtores da agricultura familiar continuarão sendo os responsáveis por boa parte da produção de alimentos do país nos próximos dez anos.
Segundo a pasta, ao menos 83% dos estabelecimentos de produção de horticultura estarão nas mãos deles, somando 60% do valor da produção. Além disso, o ministério informou que a agricultura familiar terá grande importância também na fruticultura e na floricultura, visto que 70% dos estabelecimentos estarão com eles.
Nas projeções do Ministério da Agricultura para a safra 2032/33 constam que, em alguns produtos, como o fumo, os pequenos produtores vão representar 94% da atividade – neste segmento, das 561 mil toneladas no mercado, 528 serão produzidas por esse tipo de produtor.
Em nota, o Ministério destaca a importância que a agricultura familiar terá na produção de proteínas, explicando que o país, por exemplo, somará 6,5 milhões de toneladas de carne suína, sendo que, deste volume, 51% sairá das propriedades da agricultura familiar.
No caso da carne de frango, 46% da produção total, isto é, nove milhões de toneladas, serão produzidas pelo segmento. Das carnes, a bovina é a que menos contará com a participação do setor – um terço das 10,2 milhões de toneladas.
Segundo o Ministério da Agricultura, escala de produção e dificuldade de adoção de novas tecnologias, todavia, farão com que os produtores familiares continuem distante de uma produção relevante na produção de grãos – a participação do setor na oferta nacional de arroz, feijão e milho se limitará a 12% de cada produto.
No caso da soja, a participação é ainda menor, chegando a 9%. Apesar disso, informou a pasta, os agricultores familiares vão colocar 17 milhões de toneladas da oleaginosa no mercado – ao todo, o Brasil deve produzir 187 milhões. As estimativas do Ministério da Agricultura mostram que a produção total de grãos, que atualmente está em 317 milhões de toneladas, terá potencial para 390 milhões.
Todavia, para se chegar a esse volume, será preciso incorporar mais 14,8 milhões de hectares de terra aos 77,5 milhões atuais. Nesse sentido, a pasta explica que boa parte virá de Mato Grosso, que tem potencial para transformar dez milhões de hectares de pastagens degradadas em área de grãos.
Voltando ao setor da agricultura familiar, o Ministério da Agricultura destaca o leite como outro produto onde o setor tem uma participação muito importante. Conforme a pasta, a oferta de leite atingirá de 25,5 milhões de toneladas vindas da agricultura familiar, ou seja, 63% da produção nacional. Além disso, o segmento vai fornecer 35% da produção de café e 70% da de mandioca.
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