O conflito no leste europeu tem expandido suas consequências mundo afora e com isso, os países emergentes já estão percebendo um aumento na agitação social. Com o aumento da agitação social, cresce a instabilidade política nos países, tendo como principais fatores o aumento da inflação dos combustíveis e dos alimentos e até mesmo a escassez de alimentos.
Nesta semana, o secretário do Tesouro Americano, Janet Yellen, voltou a alertar sobre as consequências do conflito entre Rússia e Ucrânia e disse que os prejuízos serão enormes. Neste sentido, vale lembrar que o mundo ainda sofre com os resultados da política econômica adotada durante a pandemia da Covid-19 e esse novo conflito na Europa ajudou a deflagrar ainda mais a fragilidade de diversas nações.
Agitação social deve aumentar ainda mais
O alastramento da crise intensificada pelo conflito no leste europeu tem causado impacto em diversos setores. Contudo, o setor mais exposto é o do preço dos alimentos e do preço dos combustíveis e com o aumento vem causando a ampliação da inflação em todo o mundo.
Nesta semana, a Turquia se tornou o país com a maior inflação do mundo dentre as principais economias, com um montante de 61,14% em março, o maior nível em vinte anos. Deslocando-se para a América do Sul, a Argentina registra uma inflação anual de 52,3% em fevereiro. Já o Brasil, registra uma inflação anual de 9,68%.
Agitação social na Europa
Em todo o mundo os governos estão trabalhando a fim de atenuar o impacto nos preços, reduzindo impostos, criando ou ampliando benefícios aos que mais precisam. Outra política que está sendo comum é a proibição de reajustes, porém adoções como essas servem apenas no curtíssimo prazo, pois acaba desencadeando outro grande problema, o desabastecimento!
Líderes europeus estão gastando bilhões de euros para suprir o aumento do preço dos combustíveis para sua população. Contudo, num contraste social, somente a minoria dos países emergentes possuem margem fiscal para aderir ao mesmo feito pelos países europeus.
Além disso, o aumento na taxa de juros deve fazer com que países emergentes, especialmente aqueles que são grandes importadores de energia e alimento apresentem pioras em suas economias.
O choque entre as crises
A combinação entre demanda de gastos públicos e o aumento da dificuldade de financiamento externo e pressão do câmbio é uma mistura perigosa que ameaça o balanço de pagamento. Países como o Líbano, por exemplo, estão tentando negociar suas dívidas junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com o aumento da deterioração econômica está crescente a agitação social aos arredores do mundo, quebrando até mesmo barreiras de diferenciação entre classes dos países. Nesse sentido, o caso mais recente tem acontecido no Peru, onde a população saiu às ruas para protestar contra o aumento no preço dos combustíveis e também do preço dos alimentos.