Seis agentes da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal foram indiciados pela Corregedoria da corporação nesta quinta-feira (30) por conta dos atos antidemocráticos registrados no dia 08 de janeiro deste ano – na ocasião, apoiadores radiciais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto – em atos que jamais foram vistos na história do Brasil.
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De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, dentre os oficiais da PM indiciados está o coronel Jorge Eduardo Naime. Ele, que na data era diretor de Operações da Polícia Militar, estava de folga na data, mas, mesmo assim, compareceu à Esplanada no dia, segundo ele, para ajudar na operação contra os apoiadores radiciais de Bolsonaro.
Além dele, também estaria entre os indiciados o major Claudio Santos, que foi flagrado incentivando atos e, atualmente, é investigado por fazer uma espécie de “caixinha” de pix de manifestantes para arrecadar fundos para financiar os atos sem precedentes registrados em Brasília – ele foi preso na semana passada pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Lesa Pátria. Conforme a Corregedoria da PM, os militares investigados foram negligentes contra os criminosos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Condutas no 08 de Janeiro serão individualizadas
Recentemente, após críticas de que as condutas dos acusados de terem participado dos atos de 08 de Janeiro estavam sendo tratadas de forma geral no Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações sobre os atos, disse que as acusações contra as pessoas investigados de participação dos atos antidemocráticos de 08 de janeiro estão sendo individualizadas.
Segundo o ministro, a Corte tem cumprido todo o procedimento previsto em lei no tratamento dos presos. Ainda conforme o presidente do TSE, foram realizadas audiências de custódia, análise das liberdades provisórias e enviadas intimações para defesa prévia dos acusados de terem participado dos atos.
“O STF está analisando de forma detalhada e individualizada para que, rapidamente, aqueles que praticaram crime sejam responsabilizados nos termos da lei”, afirmou o ministro, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Quem praticou crime mais leve terá sanção mais leve, quem praticou crime mais grave terá sanção mais grave”, completou Alexandre de Moraes.
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