A Austin Rating revelou ter alterado a perspectiva de rating, uma nota de crédito, do Brasil, de estável para positiva em moeda local, reafirmando o rating do país em BB+. Essa classificação positiva para o país na categoria não acontecia desde janeiro de 2020. De acordo com a agência, o rating de crédito soberano reflete a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros – em moeda estrangeira, a agência manteve a perspectiva como estável, também com nota em BB+.
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“Estamos a um degrau para voltar a atingir o grau de investimento para o Brasil. É uma questão de tempo para que os fundamentos da política monetária, equilíbrio fiscal e a retomada da confiança do consumidor e indústria se consolidem para essa conquista”, afirmou neste sábado (29) Alex Agostini, que é economista-chefe da Austin Rating
De acordo com ele, a mudança da perspectiva em moeda local refletiu a melhora do ambiente fiscal doméstico em meio à aprovação do novo arcabouço fiscal, que, segundo Alex Agostini, “prevê a retomada do equilíbrio das contas públicas já a partir de 2024”. Segundo ele, também foi levado em consideração a decisão do Comitê de Risco da agência.
“O quadro recente de melhora dos indicadores antecedentes, como, por exemplo, índice de confiança empresarial, industrial e dos consumidores, bem como as recorrentes revisões para cima das projeções de crescimento do PIB”, afirmou o economista, que ainda ressaltou que o relatório da Austin Rating enxerga resultados melhores do que o esperado no mercado de trabalho brasileiro com a contínua expansão do emprego e da renda.
Não suficiente, o documento ainda ponderou que os índices de preços ao consumidor e ao atacado já têm pressionado por revisões para baixo nas estimativas de inflação. “Nesse contexto, as perspectivas para a execução da política monetária concentram-se no início do processo de afrouxamento, ou seja, redução contínua da taxa de juros básica nacional (taxa Selic), estimulando e fortalecendo o PIB pela ótica da demanda, seja por meio dos investimentos (FBCF) ou pelo consumo das famílias”, explicou o economista.
Na avaliação da agência, o Banco Central do Brasil conseguiu cumprir com o objetivo de reduzir a pressão inflacionária no país e colocar o nível de preços em convergência com as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “A expectativa é que a taxa de juros básica entre em processo de redução neste segundo semestre de 2023, restabelecendo os canais de crédito e fomentando a retomada do consumo e dos investimentos no setor produtivo”, diz o relatório.
Por fim, a agência afirma ter existido uma melhora com relação às contas externas, o que afeta diretamente a classificação de risco em moeda estrangeira, e ainda ressaltou a importância do ambiente político para a consolidação de um “ambiente fiscal austero” a partir da aprovação das reformas estruturantes que hoje estão no Senado e na Câmara.
“Esses são fatores que contribuem de forma positiva para o processo de revisão do rating soberano da República Federativa do Brasil e, da mesma forma, tal processo de avaliação se apoia em fatores estruturais que condicionam o desempenho da economia e sua capacidade de honrar seus compromissos fiscais e financeiros no longo prazo”, diz o relatório.
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