A invasão da Rússia sobre a Ucrânia está prestes a completar dois meses. O que, a princípio, prometia ser um massacre, com uma invasão avassaladora que não levaria muito tempo para conquistar boa parte do território ucraniano, na prática, os planos de Vladimir Putin não foram tão bem-sucedidos.
O povo ucraniano, sob a liderança de seu presidente, Volodymyr Zelensky (que se mostrou uma figura de bastante “jogo político” frente a diversas nações), tem resistido e dificultado a vida dos russos, implicando até mesmo na baixa de importantes generais russos em campo de batalha.
Contudo, o que fica no ar, após estes dois meses é: estamos chegando ao fim da invasão? Abaixo serão levantados os pontos que serão necessários serem resolvidos para que o conflito possa, de fato, chegar a um fim e o que motiva ambos os lados para um fim do conflito.
Extensão da invasão se torna cara para a Rússia
Quando se fala em “cara”, pode-se ler tanto no sentido econômico quanto no sentido político. Pelo lado econômico, a quantidade de sanções impostas à Rússia devido a invasão tem sufocado a economia do país, onde sua moeda tem sofrido com forte desvalorização e diversas empresas estrangeiras têm simplesmente deixado de operar no país. Atualmente, a Rússia negocia apenas com poucos parceiros, sendo o principal a China.
Pelo lado “político”, bom, desde o início da invasão, parte considerável da população russa já se mostrava contra a invasão, principalmente opositores ao presidente Vladimir Putin. Contudo, com a extensão da guerra e a perda cada vez maior de soldados, até mesmo os apoiadores do governo começam a reavaliar a invasão.
Com isso, para a Rússia, que esperava que a invasão fosse finalizada rapidamente, terminar o conflito o quanto antes é extremamente necessário para retomar as atividades econômicas e para que o governo de Vladimir Putin possa também retomar a confiança na esfera política.
O custo das negociações pelo fim da invasão para a Ucrânia
O principal motivo da invasão russa é o fato de a Ucrânia ter acenado para a entrada na Otan, o que traria a organização para a fronteira da Rússia. Com isso, um dos pedidos de Vladimir Putin nas negociações para o fim da invasão é que a Ucrânia se mantenha militarmente neutra. Mas o que isso significa?
Na prática, a Rússia deseja que a Ucrânia desista de aderir à Otan e se torne desmilitarizada. De acordo com as leis internacionais, a neutralidade é a obrigação de um Estado em não interferir em conflitos militares de terceiros.
Segundo as últimas declarações de Volodymyr Zelensky, há um aceno para que a Ucrânia aceite estas condições. Também existem outras, como os territórios ocupados que a Rússia não reconhece como parte da Ucrânia (regiões separatistas de Donetsk e Luhansk).
Embora as negociações estejam avançando, ainda existe um caminho muito grande a percorrer, com diversas questões a serem debatidas. É importante frisar que as negociações não implicam em um cessar-fogo imediato ou até mesmo redução de atividade militar.
Com isso, tudo indica que esteja sendo percorrido para o fim do conflito, embora ainda deva levar algum tempo. Obviamente a maior prejudicada nesse conflito é a própria Ucrânia, mas certamente a Rússia já teve um custo muito grande e uma extensão do conflito não seria de agrado de ninguém.