Cristiano Zanin, advogado que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (21), durante sua sabatina no Senado, que “não ficará subordinado a quem quer que seja” quando assumir a cadeira vaga na corte após a saída do agora ex-ministro Ricardo Lewandowski, que deixou o tribunal ao completar 75 anos, idade limite para ocupar o posto.
Essa resposta veio após uma pergunta do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que questionou o fato de Cristiano Zanin ser próximo a Lula, tendo sido, inclusive, o defensor do petista durante a Lava Jato, operação da Polícia Federal (PF) que culminou na prisão de Lula, que ficou detido por mais de 500 dias em Curitiba, no Paraná.
“Eu acredito que estou aqui hoje indicado pelo presidente Lula pelo fato de ele ter conhecido meu trabalho jurídico, minha carreira na advocacia e ter a certeza que eu, uma vez aprovado e nomeado por esta Casa, vou me guiar pela Constituição e as leis, sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja”, disse ele.
“O ministro do STF só pode estar subordinado à Constituição da República. Me sinto na condição de exercer esse honroso cargo e atuar com imparcialidade”, continuou o ministro, que teve sua aprovação confirmada no começo da noite desta quarta no Plenário da Casa – a sessão havia sido aberta pouco depois das 10h pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União).
Durante sua fala, Cristiano Zanin relatou que também pretende observar “os impedimentos previstos na legislação aprovada”. Em sua fala inicial, Cristiano Zanin também afirmou que sempre defenderá a Constituição, a independência e a harmonia entre os poderes. “Tive a oportunidade ímpar, com muito respeito e transparência, de me apresentar a vossas excelências. Sempre defendi e defenderei o cumprimento da Constituição da República e das leis. Primo pelo mais profundo respeito ao espaço constitucional, individual ou coletivo, a fim de sempre zelar pela independência e harmonia entre os poderes da República”, disse ele.
Por fim, o indicado por Lula ao STF relatou que “posições democráticas estão acima de quaisquer interesses”. “Tive a honra de conversar com muitas lideranças, e bancadas e senadores e senadoras individualmente. Pude ouvir, aprender e ter a certeza de que posições democráticas estão acima de quaisquer outros interesses”, afirmou o futuro ministro da Suprema Corte.
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