Adélio Bispo de Oliveira, homem que deu uma facada em Jair Bolsonaro (PL) enquanto ele ainda era candidato à presidência em 2018 escreveu uma carta endereçada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte avalie os limites à punição que ele cumpre na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
No documento, Adélio Bispo diz que sua defesa deveria solicitar que os ministros do STF coloquem em pauta a situação dele para avaliar se sua internação, que não tem data para acabar, é de fato constitucional.
De acordo com o portal “UOL”, a carta foi escrita por Adélio de dentro da cadeia e agora circula pelas mãos de funcionários do local, que devem encaminhá-la ao defensor do homem que tentou matar Bolsonaro.
Adélio internado
A internação de Adélio começou em 2019, depois que a Justiça converteu sua prisão preventiva em medida de segurança: ele foi internado por tempo indeterminado. Essa decisão aconteceu depois que um lado psicológico atestou que o criminoso tem “transtorno delirante persistente”.
Na carta, Adélio afirma que a decisão de não estipular um prazo para a sua soltura é inconstitucional, visto que a lei é expressa no sentido de que as pessoas podem ficar, no máximo, 40 anos detidos.
Caso a tese de Adélio seja aceita pelos ministros do STF, ele poderia ficar internado até 2058, quando, com 80, estaria de volta às ruas. Segundo especialistas, há grandes chances de o Supremo “comprar” o argumento do criminoso, visto que a Corte já decidiu a favor de que as internações tenham, de fato, a estipulação de uma duração determinada.
Outra carta
O texto reclamando sobre o período de internação não foi o único escrito por Adélio. Ele também escreveu uma carta questionando a alta quantidade de medicamentos que ele vem tomando. No documento, ele pede que seus atendimentos com psiquiatras sejam encerrados, pois ele deseja ser atendido somente por psicólogos.
Fake news
Nesta semana, o nome de Adélio veio à tona de novo por conta de uma fake news que afirmava que ele havia incriminado o PT de ter mandado dar a facada em Bolsonaro. Na notícia, constava que a declaração foi feita durante um novo depoimento à Polícia Federal (PF).
Todavia, em nota, a PF negou que ele tenha sido ouvido novamente desde 2018, quando deu a facada em Bolsonaro e disse que cometeu o crime para cumprir uma “ordem divina”, pois, para ele, o até então candidato era “um impostor, meramente um impostor”. Tudo isso porque, para Adélio, Bolsonaro é católico, mas está “infiltrado” no meio evangélico para obter votos.
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