O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) confirmou nesta terça-feira (09) a decisão de levar a júri popular o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz, acusados de terem assassinado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Leia também: Conselho recomenda vacinação de presos e servidores de presídios
Vale a pena lembrar que o júri popular já havia sido determinado em decisão de primeira instância em março do ano passado. Todavia, os advogados de defesa entraram com um recurso, que foi negado nesta terça. Isso porque a decisão pelo júri popular se deu por unanimidade na segunda instância, em julgamento composto por três desembargadores: Luiz Zveiter, Denise Vaccari e Katya Monnerat.
Para o advogado Bruno Castro, que responde pela defesa de Ronnie Lessa, faltam evidências que o ligue aos assassinatos de Marielle Franco e do motorista. “Desafio a acusação trazer qualquer fato concreto que coloque o Ronnie Lessa na cena do crime”, explicou o defensor.
Na decisão desta terça, que não cabe mais recurso, os desembargadores consideraram que as provas colhidas no processo trazem indícios da participação ativa dos réus no crime. “Foram inúmeros depoimentos. Agora cabe ao júri popular analisar e decidir a procedência dos mesmos”, disse a magistrada Katya Monnerat.
Quem era Marielle Franco
Marielle era vereadora pelo PSOL e cumpria seu primeiro mandato. Ela e Anderson foram executados na região central do Rio de Janeiro quando o carro onde estavam foi surpreendido por disparos vindos de um outro veículo.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi aceita pelo TJRJ em março de 2019. Ronnie Lessa foi apontado como o autor dos disparos e Élcio Queiroz como o condutor do veículo.
Eles foram denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada, sem dar chance de defesa às vítimas e por tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, que estava no carro e sobreviveu.
Ambos estão presos há quase dois anos. Atualmente estão em custódia no presídio federal de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia. Embora tenha denunciado Ronnie e Élcio como autores das duas execuções, ainda não se sabe quem foram os mandantes do crime. O MPRJ continua com a investigação aberta.
Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Instagram para acompanhar todas as notícias!