Acusado de estupro, abuso sexual, moral e exposição de pessoas em situação de vulnerabilidade na internet, o ex-vereador Gabriel Monteiro, de 28 anos, se apresentou nesta segunda-feira (7) na 77ª DP (Icaraí), após decisão do juiz Rudi Baldi Loewenkron da 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que decretou sua prisão preventiva. Além disso, o juiz determinou que fossem apreendidos celulares e armas de fogo do acusado.
De acordo com o processo, que corre em segredo de justiça, o abuso teria ocorrido em 15 de julho. Uma mulher confirmou o estupro após conhecer Gabriel na boate Vitrinni, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, sendo levada para a casa de um amigo de Monteiro, no Joá, zona sul da cidade.
Relato da vítima
Segundo informações fornecidas pelas vítimas, em 14 de maio de 2017, elas saíram de uma boate e entraram no carro de Monteiro. Ela disse que eles começaram a se beijar. Depois de alguns minutos, o político começou a se comportar de forma agressiva.
Além disso, a vítima aponta que pediu para Gabriel Monteiro parar, mas o ex-vereador ficou cada vez mais violento, apontando uma arma para ela no rosto, empurrando-a para a cama, atingindo-a no rosto e segurando-a com força.
Então, sem o consentimento da vítima, Monteiro começou a filmá-la e enviar o vídeo via WhatsApp. No dia seguinte, a mulher foi ao hospital. No prontuário da paciente está escrito “Hipótese Diagnóstica: Violência Sexual”.
Cassação de mandato
Gabriel Monteiro, terceiro vereador mais votado no Rio, teve seu mandato cassado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio, em agosto deste ano, após acusações de quebra de decoro parlamentar, bem como de abuso sexual e moral, estupro e exposição de pessoas em situação de vulnerabilidade na internet.
Entre as acusações analisadas pela Câmara estão quatro denúncias de mulheres que alegaram ter sido estupradas. Pelo menos três delas disseram que o relacionamento, que começou com consentimento, se tornou violento. Apesar disso, Gabriel Monteiro sempre negou os crimes.
Posteriormente a cassação, Gabriel Monteiro postou em sua rede social: “Deus lhe deu e tirou seu mandato”.
Gabriel Monteiro elege pai e irmã
Impedido de concorrer no estado do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro conseguiu eleger seu pai, Roberto Monteiro, para deputado federal e sua irmã, Giselle Monteiro, para deputada estadual.
Em suma, segundo o ex-vereador, que pretendia ser eleito deputado federal antes de ter seu cargo cassado no Rio de Janeiro, indicou o pai e a irmã para as vagas, fazendo campanha para que eles possam dar continuidade ao seu “legado fiscalizador” em Brasília.