O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou que o valor da cesta básica do país ficou mais caro em setembro. Isso aconteceu, principalmente, devido aos avanços registrados por itens muito importantes na mesa do brasileiro, como açúcar, café e pão.
De acordo com o levantamento do Dieese, o preço do açúcar ficou mais caro em todas as 16 capitais em setembro. As variações mais expressivas vieram de Belo Horizonte (11,96%), Vitória (11,00%), Brasília (9,58%), Goiânia
(9,15%) e Campo Grande (7,94%). Os principais fatores para a alta dos preços foram o clima seco e a falta de chuvas, que restringiram a oferta do açúcar em setembro.
Além do açúcar, o café em pó ficou mais caro em 16 das 17 capitais pesquisadas no mês. A saber, os avanços mais intensos foram os de Goiânia (15,69%), Campo Grande (14,79%), Brasília (10,03%) e Natal (9,00%). Em resumo, as elevações aconteceram devido à geada e ao tempo seco, além do aumento da demanda, tanto interna quanto externa.
Seguindo a mesma trajetória, o óleo de soja ficou mais caro em 15 das 17 capitais pesquisadas. As altas variaram de 0,37%, em Salvador, a 3,40%, em Campo Grande. Em São Paulo, o preço ficou estável, enquanto caiu 0,12% em Aracaju. O aumento da demanda externa e da procura para a produção de biodiesel impulsionaram os preços do óleo em setembro.
O pão francês também subiu no mês passado. Em suma, o preço teve alta em 14 capitais, com variações entre 0,14%,
no Rio de Janeiro, e 2,53%, em Brasília. Isso aconteceu por devido ao aumento de custos com energia elétrica e com o trigo importado, que ficou mais caro com a valorização do dólar.
Leite, manteiga e carne bovina ficam mais caros em setembro
Além disso, o Dieese destacou outros três itens que também ficaram mais caros em setembro. A saber, o leite integral subiu em 11 capitais pesquisadas, com os avanços mais expressivas registrados em João Pessoa (2,55%), Fortaleza (2,45%) e Belém (2,19%).
Por sua vez, o preço da manteiga subiu em 12 capitais, assim como em julho e agosto. As altas mais intensas foram em São Paulo (5,45%), Belo Horizonte (5,24%) e Fortaleza (3,28%). Os preços destes itens subiram devido à redução da oferta de leite no campo, o aumento de custos de produção e a alta dos derivados no varejo.
Já o quilo da carne bovina de primeira ficou mais caro em 11 capitais. Os avanços mais expressivos vieram de Vitória (4,64%), Campo Grande (3,19%), Brasília (2,25%) e Natal (2,17%). Em contrapartida, as maiores quedas ocorreram em Florianópolis (-2,28%), Curitiba (-0,95%) e Porto Alegre (-0,79%). Altos custos de produção, clima seco e pastagens ruins impulsionaram os preços no mês.
Preços do feijão e do arroz caem em setembro
Por outro lado, alguns itens encerraram setembro mais baratos. Dentre eles, o feijão, cujo preço caiu em 13 capitais. A saber, as quedas registradas pelo tipo carioquinha variaram entre -1,88%, em Belém, e -0,24%, em Recife. Já o feijão preto, pesquisado na região Sul e no Rio de Janeiro e em Vitória, caiu em Curitiba (-1,93%), Vitória (-1,22%), Porto Alegre (-1,05%) e Rio de Janeiro (-0,59%). Já Florianópolis não teve variação.
De acordo com o Dieese, o alto preço de ambos os tipos de feijão vem reduzindo a demanda devido ao empobrecimento das famílias do país. Aliás, isso vem acontecendo mesmo com a baixa oferta do produto.
O arroz, também ficou mais barato em setembro, com o preço recuando em 10 capitais, com variações entre -5,79%,
em Porto Alegre, e -0,44%, em Curitiba. Do lado dos avanços, os mais expressivos vieram de Aracaju (3,82%) e Vitória (3,04%). Nesse caso, a demanda interna continua fraca devido aos alto preço do produto e à queda do poder de compra da população.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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