Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, o mundo viu os preços dos alimentos subirem ainda mais. A disparada nos itens deverá desacelerar nos próximos dias. Isso porque a Rússia e a Ucrânia assinaram um acordo para exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro.
Em resumo, as tropas russas controlam a maioria das cidades portuárias da Ucrânia. Por isso, o envio de grãos do país estavam impossibilitados nos últimos tempos, e isso pressionou ainda mais os preços globais dos alimentos, que já estavam elevados devido à pandemia da covid-19, que prejudicou as cadeias de suprimentos.
A saber, os principais mediadores do acordo foram a ONU e a Turquia. Aliás, a Ucrânia deixou claro que só irá assinar acordos com a Rússia que garantam a segurança da população do país.
“A delegação ucraniana só apoiará soluções que garantam a segurança das regiões do sul da Ucrânia, uma posição forte das forças armadas ucranianas no Mar Negro e a exportação segura de produtos agrícolas ucranianos”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko, à AFP.
Por sua vez, a Rússia afirmou que é “muito importante” permitir o envio dos grãos ucranianos ao exterior. “É uma parcela relativamente modesta do grão ucraniano, mas é muito importante que chegue aos mercados internacionais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
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Preços globais dos alimentos devem cair
De acordo com economistas, o acordo deverá resultar na queda dos preços dos alimentos. Em suma, a Ucrânia tem 55% do seu território composto por terras aráveis. Aliás, o país é quarto maior exportador global de trigo e de milho, além de ser o maior produtor mundial de óleo de girassol.
Em outras palavras, a Ucrânia é fundamental para diversos países europeus e africanos que compram seus grãos. Desde a invasão da Rússia, a população dessas nações vem sofrendo com preços bastante elevados. Por isso, o acordo com a Rússia é visto como um grande passo para aliviar as pressões globais nos preços de alimentos.
No entanto, vale destacar que a liberação dos navios com os grãos ucranianos não será rápida. A saber, haverá um ponto de controle em Istambul, na Turquia, para que as tropas russas garantam que os navios não retornarão à Ucrânia com armamentos. Além disso, o escoamento de grãos só deverá começar em agosto, ou seja, os preços não cairão agora.
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