A bolsa brasileira acumulou uma alta expressiva de 6,54% no primeiro semestre de 2021. Esse resultado reflete os desempenhos positivos alcançados entre março e junho, apesar das quedas do Ibovespa nos dois primeiros meses de 2021.
O resultado de junho (+0,46%) não foi necessariamente comemorado pelo mercado. Isso porque muitos acreditavam que o avanço seria bem mais forte, uma vez que o mês chegou a acumular ganhos superiores a 3% durante a primeira metade do mês, passando a barreira dos 130 mil pontos.
A saber, o Ibovespa encerrou o mês um pouco abaixo dos 127 mil pontos, principalmente por causa dos tombos nas últimas sessões de junho. Em resumo, a CPI da Covid, que vem analisando as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia da Covid-19 no país, vem afetando fortemente o mercado nos últimos pregões.
Aliás, os últimos depoimentos revelaram diversos atos envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, acusado de prevaricação. Mais recentemente, esquemas de propina para compra de vacinas e aplicação de doses vencidas são apenas algumas das muitas bombas que estão acontecendo no país.
54 das 81 ações do Ibovespa tombam em junho
Em meio a tudo isso, a maioria das ações acabou perdendo os ganhos obtidos no início de junho. Assim, 54 das 84 ações encerraram o mês no vermelho, enquanto apenas 29 conseguiram acumular ganhos em junho. E a volatilidade vista no mês pode não ficar restrita a ele. Confira agora as principais quedas do mês.
Em suma, a ação preferencial da Gol fechou o mês com o pior desempenho do Ibovespa. O tombo de 14,36% aconteceu, principalmente, por causa da pandemia da Covid-19, que continua afetando o setor aéreo do país. Além disso, os ativos da Gol seguiram mais desvalorizados que o da Azul, pois notícias positivas envolvendo a compra de operações da Latam Brasil pela Azul impulsionou seus papéis.
Em seguida, as ações ordinárias da Cielo despencaram 13,54% em junho. Da mesma forma que aconteceu com a Gol, a Cielo acabou acumulando perdas por causa da sua concorrente, a Stone, que comprou a Linux em junho no valor de R$ 6,7 bilhões. Esta aquisição, além de impulsionar a Stone, afetou negativamente os papéis da Cielo, que se desvalorizaram em junho.
O top cinco ainda traz a Raia Drogasil ON (-12,22%), a Cemig PN (-10,68%) e a Gerdau PN (-10,05%). Em síntese, a Raia Drogasil afundou, principalmente por causa da preferência dada pelo Santander à sua concorrente Pague Menos. Já a Cemig sofreu com a crise hídrica que o Brasil vem enfrentando, a pior dos últimos 91 anos. Fechando o top cinco, a Gerdau foi afetada pela China, que planeja vender parte das reservas nacionais dos principais metais industriais.
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