A Braskem, uma das maiores empresas da bolsa brasileira, está passando por um momento conturbado. Isso porque duas das suas maiores acionistas, Petrobrás e Novonor, afirmaram que querem vender suas participações na empresa. Contudo, essa oferta de ações foi adiada para março, segundo nota da empresa. Isso fez com que as operações de short (venda) entrassem em colapso no pregão de hoje.
Com a notícia, o ativo sobe mais de 9% no pregão de hoje, 28, cortando pela metade o prejuízo de 18% no ano, contando o fechamento de ontem (27). Agora, as empresas que entraram vendidas na operação tiveram que recomprar os ativos, um dos maiores motivos para a alta do dia. Apesar disso, a confiança na empresa ainda não voltou, afirmam especialistas.
O que faz a Braskem?
A empresa brasileira Braskem é uma das maiores do país em polímeros e plásticos em geral. Como o setor é estreitamente ligado ao setor de petróleo, além de também servir para diversos processos da indústria de construção civil, Petrobrás e Novonor (antiga Odebrecht) têm parte da companhia. Contudo, as duas empresas decidiram se desfazer da empresa, o que fez os ativos despencarem.
Isso porque os investidores internacionais não gostam quando uma empresa deseja vender a outra. A ideia é que, se uma empresa deseja se desfazer de outra, há um imaginário de que algo está errado naquela que será vendida. Por isso, os ativos da Braskem, que Petrobrás e Novonor venderão em março, caíram 18% desde 3 de janeiro. Com o alívio momentâneo, as ações corrigiram fortemente, mas ainda há desconfianças sobre os processos da empresa. No caso da Petrobrás, a venda não faz parte de um movimento de privatização de alguns ativos da empresa, seguindo a ideologia do Governo Federal atual. Isso porque Petrobrás e Novonor seguirão controlando a empresa após a venda dos ativos preferenciais.
A ideia da Petrobrás e da Novonor era de se desfazerem de 154,8 milhões de ações da companhia. Segundo dados do mercado, as operações de short (venda) somavam R$30 milhões de reais, bem acima dos R$3,5 milhões que o ativo gira diariamente nas negociações.
Porque a empresa está à venda?
A Braskem está à venda há três anos. A empresa quer fazer parte do Novo Mercado, o segmento mais alto da bolsa brasileira. Com isso, a empresa atrairia mais investimentos estrangeiros e teria mais chances de crescimento no longo prazo. Para isso, a empresa deverá ter apenas ações ordinárias, conforme regulamento da B3.
Por isso, o processo de venda das ações preferenciais faz parte do primeiro requisito para entrar nesse segmento. Dessa forma, as ações BRKM5 e BRKM6 devem deixar de existir ainda nesse ano, ficando apenas as ações BRKM3. Por isso, a queda dos ativos em 2022 é vista como irracional. Isso porque acionistas que têm BRKM5 e BRKM6 devem receber ações ordinárias ou, por outro lado, receber os valores de acordo com o preço de venda desses ativos. A ideia da companhia é se desfazer desses ativos po R$40,00 cada, apesar de ter havido uma tratativa de venda por R$42,00, que não teve compradores.