De acordo com dados divulgados na quarta-feira em boletim especial do Ministério da Saúde, os acidentes de moto com taxa de mortalidade cresceram no Brasil. Ao reunir essas informações, foi possível perceber como os números desse tipo de acidentes cresceram desde 2020. Além disso, em 2021, a taxa de internação também apontou um recorde em relação a 2011.
Colocando isso em número, podemos dizer que no ano de 2021, 11,1 mil pessoas morreram por acidentes com moto. Esse número representa 35,3% de todos os óbitos por lesões no trânsito. Entretanto, dez anos antes, esse percentual era de 26,6%. O aumento é ainda mais alarmante ao comparar as taxas de internação. Em 2021, foram 115 mil pessoas lesionadas, o que representa uma média de 61 para cada 100 mil pessoas. Esse número representa um aumento de 55% em relação ao o registrado em 2011, quando 70.508 se lesionaram.
Além disso, no ano de 2021, R$ 167 milhões foram pagos pelo SUS em relação às internações de vítimas de acidentes de motociclistas. Isso representa uma média de R$ 1.443,40.
Por que os números de acidentes de moto cresceram tanto?
Existem algumas razões que podem ser apontadas para o crescimento desses números após a pandemia. O principal deles é a crise no transporte público e a crescente demanda por serviços de tele-entrega, trabalho precarizado de entregadores de moto e o aumento da frota.
Entre as vítimas de roubo e furto de motocicleta, é comum encontrar pessoas que utilizam o veículo como meio de trabalho. São as pessoas que trabalham realizando entregas pela cidade, e utilizando o veículo próprio para fazer isso. No serviço de entregas iFood, por exemplo, existem atualmente mais 200 mil profissionais ativos na plataforma.
O fato é que não existe ainda uma modalidade de seguro exclusiva para essas pessoas – ainda que as seguradoras afirmem que estão estudando propostas para no futuro atender esses profissionais. Entretanto, existem algumas alternativas para proteger as motocicletas e o patrimônio dos profissionais nesses casos.
No iFood, por exemplo, os trabalhadores possuem a oferta de dois tipos de seguros, o pessoal e para moto. De acordo com a empresa, o seguro moto está disponível para os entregadores desde o ano de 2020. Esse seguro concede até 12% de desconto em uma seguradora parceira – nesse caso, a Suhai.
A cobertura completa desse seguro contempla roubos e furtos para as duas ocasiões. Assim, contempla perda total do veículo e até acidentes parciais. Nos casos que envolvem falta de estrutura na cidade, e acidentes cotidianos que envolvem buracos, asfalto irregular, perda de chave do veículo, etc, o seguro oferece uma assistência para chaveiro e reboque 24 horas, todos os dias.
Para completar, veja os motivos apontados pelo Ministério da Saúde em relação aos erros que levam a acidentes de moto:
- Não uso de capacete
- Direção sob o efeito de álcool ou drogas
- Velocidade
- Idade/inexperiência dos usuários
- Erros de frenagem
- Mudança de faixa ou condução em “zigue-zague”
- Competição
- Direção agressiva
- Não se fazer visível
- Alta aceleração
Como se proteger?
Através de dados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), podemos perceber que de dezembro de 2020, até dezembro de 2022, houve um aumento de 43% no número de motocicletas seguradas. Isso chega a representar 6% do valor total de veículos que possuem seguro. Em outros números, representa cerca de 1,2 milhão de um total de 20 milhões de veículos com proteção de algum seguro.
Por esse motivo, é perceptível como contratar um seguro para sua motocicleta pode ser uma boa ideia, ainda que esta modalidade tenha sido por muito tempo considerada um seguro de difícil viabilização. Isso acontecia por ele apresentar um risco alto pelas seguradoras. Isso acabava tornando a apólice muito cara em comparação ao valor da motocicleta.
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Como o seguro para motos funciona?
Muitas pessoas tem dúvidas em relação a como o seguro de motocicletas funciona. A verdade é que a categoria do veículo influencia diretamente na cobertura que será contratada. Dessa forma, as motos mais pesadas, que são geralmente utilizadas para lazer, contratam o seguro completo em sua grande maioria. Isso significa que a cobertura vai conter perda total e parcial do veículo, bem como danos causados a terceiros. Da mesma, quem possui uma scooter que é utilizada como modo de facilitar o transporte pela cidade, trazendo agilidade para a mobilidade urbana, também contratam o seguro completo.
Já no caso de quem possui motocicletas de tamanho intermediário, o seguro indicado é aquele que oferece proteção contra roubo e furto. Além disso, também é notável o aumento de contratações de seguros (geralmente contra incêndio, furto e roubo) por meio dos proprietários de motos de baixa cilindrada também. Antigamente, essas motocicletas costumavam ser seguradas apenas com a cobertura de danos a terceiros.
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Crescimento na contratação de seguros e de furtos
Do ano de 2021 para 2022, a contratação de seguros para motocicletas cresceu 55%. Entre esses novos seguros realizados, a contratação do seguro completo dobrou. Além disso, também avançou em cerca de 15% a ampliação de cobertura e a renovação dos seguros por parte dos clientes. Nesses casos, muitas pessoas optaram por ampliar a garantia contra danos a terceiros.
Todos esses aumentos aconteceram em um cenário onde o seguro da moto é muito mais caro em relação aos seguros de carros. Dessa forma, se formos realizar a comparação entre um carro e uma moto do mesmo preço, o seguro do carro acaba saindo em torno de 3,5% a 4% do valor total do veículo. Entretanto, o seguro da moto pode atingir o dobro desse valor.
Esse aumento é justificável. De acordo com dados do IBGE, o Brasil registra 64 roubos ou furtos de moto e carro por hora. Mesmo que o índice de furtos e roubos de veículos varie entre estados e cidades, essa ainda é uma realidade alarmante para todas as regiões do país. No estado de São Paulo, por exemplo, foram registrados mais de 39 mil roubos e furtos de motocicletas em 2022. Isso representa um aumento de 38% em relação ao que o verificado em 2021, de acordo com o Boletim Tracker-Fecap. Dessa forma, o aumento maior aconteceu na modalidade de furto (42%) Isso também representa um volume maior de eventos, na comparação com roubos, que cresceu 30%.
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