A Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançou nesta quarta-feira (23) uma espécie de cartilha com recomendações de como se valorizar a ciência e da educação no Brasil. O documento, que começa com a afirmação de que “o Brasil precisa de uma revolução na educação”, será enviado aos candidatos à presidência da República.
Ciência e Educação são os que mais sofrem com bloqueio
No documento, a academia lembra que, no Brasil, investe-se 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, um valor inferior ao montante gasto em outras nações. “O investimento brasileiro em alunos do ensino superior segue a tendência: embora maior que o montante dedicado à educação básica, ainda é inferior ao que outras nações investem em estudantes desse segmento da educação”, diz o documento.
Em outro trecho a academia ressalta que, atualmente, 75% das matrículas do ensino superior estão em instituições privadas que, em sua maioria, de acordo com a instituição, são de “baixa qualidade “ e “tem como objetivo lucro”. “Isso contrasta com o papel dessas instituições em países desenvolvidos, onde são minoritárias”, relata a ABC, completando que “mais de 90% de toda a pesquisa realizada no país é desenvolvida nas universidades públicas”.
No documento, a academia relata que, entre as recomendações fundamentais, está a destinação de pelo menos 2% do PIB para a Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) até 2026. Segundo Helena Nader, presidente da ABC, que é quem assinou a carta, hoje, o Brasil investe menos de 1% para o desenvolvimento científico.
“Se a gente conseguir que o Brasil realmente adote políticas de Estado, que transcendem o governo, nós vamos ter o desenvolvimento social, sustentável e econômico que o país tanto merece, em especial para os jovens”, destaca a chefe da organização.
Ainda conforme ela, é preciso destinar recursos para a recomposição do orçamento das universidades públicas do país. Isso, para evitar que elas acabem fechando suas portas. “Quando você retira os recursos da Ciência, Tecnologia e Inovação, você ameaça o fechamento das instituições”, destacou.
“A falta de financiamento e a falta de compreensão da importância dessas áreas, começando pela educação e acabando na inovação, é uma falta de visão estratégica de nação. Vai na contramão de tudo o que tudo o que os países chamados desenvolvidos estão fazendo”, alertou o documento publicado pela ABC.
Além dos candidatos à Presidência, o documento da ABC também deve ser enviado para aos candidatos aos governos estaduais e do Distrito Federal. Além disso, a cartilha, que tem 24 páginas, está disponível a todos, bastando clicar aqui para ter acesso.
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