Para quem não sabe, existe a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) que é realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com essa pesquisa, em março de 2023, 78,3% das famílias brasileiras possuíam dívidas. Além disso, a porcentagem é a mesma do mês anterior.
Segundo o levantamento, que entrevistou mensalmente 18 mil consumidores de todas as regiões do Brasil, 17,1% dos entrevistados afirmaram estar “muito endividados”. Apesar de ter ocorrido uma leve redução no comprometimento da renda, o índice de famílias que possuem dívidas relacionada ao cheque pré-datado, carnê de loja, crédito consignado, cartão de crédito, cheque especial, empréstimo pessoal, prestação de carro e de habitação ainda é alto.
Vale ressaltar que em outubro e novembro do ano passado, o percentual de famílias endividadas no país chegou a 79%. Para a economista responsável pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, Iza Ferreira, o percentual é preocupante.
“A gente tem hoje uma proporção mais alta de dívidas entre pessoas com faixa salarial mais baixa. No pós-pandemia, no entanto, também cresceu o endividamento para todos os grupos de renda, até mais para as famílias de maior aquisitivo, porque as pessoas foram retomando o consumo de itens e serviços, pagos geralmente pela modalidade cartão de crédito. O problema do alto endividamento das famílias é também a escassez de crédito e encarecimento desse crédito”, aponta a economista.
Perfil de endividamento no país
Conforme a pesquisa realizada, em março deste ano, em média, 79,7% das mulheres ficaram com dívidas, enquanto apenas 77,1% dos homens estavam endividados. No entanto, as mulheres levam em média 62 dias para quitar suas dívidas, enquanto os homens levam 65 dias.
Do mesmo modo, o estudo aponta que os consumidores têm feito negociações com instituições financeiras. Apesar disso, a cada 100 consumidores inadimplentes, 45 chegaram ao mês de março com dívidas atrasadas por mais de 90 dias. Lembrando, porém, que o tempo médio de atraso nos pagamentos foi de 62,6 dias.
Confira abaixo algumas dicas para se livrar das dívidas
Antes de mais nada, uma das principais consequências do endividamento é a negativação do CPF dos consumidores. A saber, se o nome está negativado, torna-se mais difícil obter aprovação em análises de crédito, independentemente se for para solicitar empréstimos, ter um cartão de crédito ou ainda, conseguir adquirir um financiamento imobiliário. Dessa forma, é importante ter cautela ao fazer novas contas.
Entretanto, apesar da importância de ser cauteloso para manter o planejamento financeiro em dia, pessoas que já estão endividadas, podem também encontrar diversas alternativas para limpar o nome. Nesse sentido, o Serasa recomenda que as pessoas que estão endividadas organizem uma lista de todas as suas dívidas parceladas.
Depois disso, é fundamental analisar o tipo da dívida, ou seja, verificar quais são os credores, bem como os valores a serem pagos. Além disso, também deve saber bem qual é a data de vencimento, quantidade de parcelas faltantes para quitar o pagamento e também os juros cobrados em cada uma delas.
Além disso, a empresa também sugere que os cidadãos endividados priorizem o pagamento de dívidas mais caras. Contudo, é válido ressaltar que o valor mais alto nem sempre significa que uma dívida é mais cara do que outra. Afinal de contas, deve-se levar em consideração que as taxas de juros podem influenciar muito no valor final.
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