Mais um mês iniciando e com ele, mais uma campanha para alertar a sociedade sobre um tema extremamente importante, o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
A campanha maio laranja foi idealizada durante um encontro da rede Ecpat, uma coalizão de organizações da sociedade civil que trabalha com o objetivo de eliminar a exploração sexual de crianças e adolescentes.
O mês de maio foi escolhido, visto que em 1973, houve um crime de abuso sexual que chocou todo o país. Uma menina de oito anos de idade, chamada Araceli foi sequestrada, drogada, violentada sexualmente e assassinada, em Vitória (ES). Os três réus acusados pelo crime foram absolvidos e o crime permanece impune até hoje.
Diante deste trágico episódio, que acaba sendo cada vez mais comum no país, a campanha maio laranja vem chamar a atenção de todos para combater este tipo de crime, além é claro, de promover ações de proteção ao público infanto-juvenil.
Ações da Campanha maio Laranja
Dentre as ações realizadas durante a Campanha Maio Laranja, está a divulgação dos casos como da Araceli, que servem para encorajar famílias e até as próprias crianças a relatar tais abusos para as autoridades.
Palestras e até terapias gratuitas para as vítima e famílias são oferecidas por algumas entidades, que adotaram a campanha desde o ano de 2000.
Além disso, vale a pena destacar que o maior canal de denúncia para este tipo de crime é o Disque 100. A ligação é gratuita e sigilosa, inclusive, serve como um disparador de ações de proteção às vítimas.
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Consequências do abuso sexual em crianças e adolescentes
Sem dúvidas, o abuso sexual causa prejuízos físicos e psicológicos na vida de qualquer ser humano, entretanto, lidar com este tipo de crime da infância ou adolescência pode provocar danos irreversíveis.
Visto que este tipo de violência não se limita a um nível social, econômico, religioso ou cultural; as consequências negativas acabam sendo um problema de toda a sociedade.
Vale ressaltar, que o abuso sexual abrange qualquer ato que estimular sexualmente esta criança ou adolescente, ou utilizá-la para obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa, podendo ocorrer tanto no âmbito intrafamiliar, quanto no âmbito extrafamiliar.
Dentre as principais consequências deste crime, é possível notar uma reação de forma somática, onde novas sensações acabam sendo despertadas, porém, não integradas ou aceitadas.
A mudança de comportamento social da criança está entre as principais reações, além dela, outras manifestações acabam denunciando a violência como:
- Medo do agressor e de pessoas do sexo do agressor
- Sintomas psicóticos
- Isolamento social
- Quadros fóbico-ansiosos
- Episódios obsessivo-compulsivo
- Depressão
- Distúrbios do sono
- Dificuldade na aprendizagem e alimentação
- Sentimentos de rejeição e vergonha
- Secularização excessiva,
- Transtornos psiquiátricos como dissociação afetiva
- Pensamentos invasivos, ideação suicida e fobias mais agudas
- Sensação crônica de perigo e confusão
- Cognição distorcida
Com o passar dos anos essas crianças e adolescentes ainda podem desenvolver transtornos que compreendem o abuso de álcool e outras drogas; disfunções sexuais; disfunções menstruais e homossexualismo/lesbianismo.
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