Abraham Weintraub (PMB), ex-ministro da Educação e hoje pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou neste terça-feira (19) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ensaiou um “discurso da derrota”. A declaração acontece por conta do encontro do chefe do Executivo com embaixadores de diversos países na tarde de ontem, segunda-feira (18). Na ocasião, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida o sistema eleitoral brasileiro e levantar suspeitas sobre a segurança das eleições de 2022.
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Durante participação em um canal do Youtube chamado “O dia da Bravata Internacional”, Abraham Weintraub afirmou que, para ele, a fala de Bolsonaro foi “um ensaio do discurso da derrota”. “Fiquei chocado com o tom, na forma, na substância”, afirmou ele. Ainda na transmissão, o ex-ministro criticou Bolsonaro por ter repetido “aquele papo de sempre”. Para o ministro, o chefe do Executivo estava “murcho” e quis tentar dizer que não seria justo ele perder a eleição.
“Falou que as Forças Armadas não iam topar uma farsa, mas ia respeitar o resultado nas urnas. Todo esse papo furado. O que a gente já sabe, não teve nenhum fato novo, pelo contrário, ele já está preparando um discurso de porque ele perdeu as eleições”, afirmou.
Arthur Weintraub, irmão de Abraham, e ex-assessor da presidência da República, também participou da transmissão. Na ocasião ele criticou as pessoas que foram escolhidas para participar do encontro. “Presidente fala para presidente, o embaixador fala para embaixador”, disse ele, que ainda reclamou que Bolsonaro tem sido repetitivo e seguido a mesma linha de sempre.
Além dos irmãos, quem também esteve presente na live foi Paulo Enéas, dono do site “Crítica Nacional”. Ele, que é ex-bolsonarista, afirmou que, no evento com os embaixadores, Bolsonaro promoveu um discurso “menos impactante”. Apesar disso, ele criticou o presidente por conta do que chamou de “espetacularização de assuntos sérios”.
“Embaixadores não podem manifestar-se sobre assuntos políticos nacionais e internos no país que eles servem. Então o presidente ter se reunido com embaixadores para tratar desse problema que é um assunto interno brasileiro, eu não vejo sentido. […] Vai fazer o que, o embaixador? Vai ouvir aquilo tudo, levar para sua embaixada e fazer o que com aquilo”, questionou o ex-apoiador de Bolsonaro.
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