Nesta quarta, 05 de maio, Dia Mundial da Asma, várias entidades de saúde vêm realizando mobilizações para aumentar a conscientização sobre a doença, inclusive, cobrar do governo um atendimento de qualidade aos pacientes asmáticos.
A Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA) aproveitou a data para lançar a campanha #atualizaasma, que tem como objetivo alertar os representantes da sociedade sobre a falta de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de asma grave, que já se estende por sete anos.
Além da falta de medicamentos, até a prescrição de tratamentos inovadores fica limitada pelo SUS, já que estes novos recursos não fazem parte Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT).
Diante disto, a campanha vem cobrar a atualização do PCDT, a fim de garantir um atendimento adequado aos portadores de asma, inclusive, diminuir os próprio gastos do sistema, já que sem o tratamento adequado, as internações acabam sendo mais recorrentes.
De acordo com dados da #atualizaasma, os asmáticos graves são hospitalizados 20 vezes mais do que outros pacientes. Essas intervenções e custo de medicamentos chegam a somar R$10 mil por mês.
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Asma no Brasil
A asma é uma doença respiratória crônica que afeta mais de 20 milhões de brasileiros, dentre eles, 20% da população com menos de 18 anos sofre com o problema, de acordo com Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
O estreitamento dos brônquios, canais que levam ar aos pulmões, acaba dificultando a passagem do ar e provocando contrações. O resultado disso é uma grande dificuldade de respirar, dor no peito, tosse e respiração ofegante.
Entre os fatores de risco da doença está a hereditariedade, ou seja, a condição pode ser passada de pais para filhos. Além disso, a exposição à fumaça de cigarro também é considerada um forte gatilho, já que um estudo publicado no European Journal Epidemiology concluiu que o tabagismo dos pais, durante a gravidez, pode aumentar o risco da doença nos filhos.
Já os tratamentos são divididos em controle e prevenção da crises, que abrangem desde o uso de corticoides inalatórios, broncodilatadores de longa ou curta ação, medicamentos inalatórios e tratamento de alívio. Nas crises graves, o uso de corticoide oral pode ser indicado.
Asma X Covid
Os sintomas da asma e da Covid-19 são muito semelhantes, entretanto, algumas diferenças como febre, dor no corpo, perda de olfato ou paladar acabam sendo sinais mais sugestivos da infecção pelo novo coronavírus.
Visto que o vírus causa uma inflamação extra nas vias aéreas, quem já sofre com a asma acaba ficando ainda mais suscetível aos riscos, inclusive, esses pacientes são os mais propícios a necessitar do uso de respiradores.
Diante disto, os cuidados devem ser redobrados, tanto na proteção contra a Covid-19, fazendo uso de máscara, isolamento social e assepsia das mãos com álcool gel; como também dos próprios gatilhos que levam a uma crise de asma, que acabam sendo diferentes, de acordo com a realidade do paciente.
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