Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, afirmou neste domingo (16), durante sua passagem por Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, que a “paz está muito difícil”. Nesse sentido, o chefe do Executivo afirmou que a decisão sobre a guerra na Ucrânia, que foi atacada e invadida pela Rússia no início do ano passado, foi tomada pelos dois países.
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“A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse Lula durante uma entrevista coletiva, completando ainda que defende a criação de uma espécie de “G20 pela paz”. “Quando houve a crise econômica de 2008, rapidamente nós criamos o G20 para tentar salvar a economia. Agora é importante criar um outro G20 para acabar com a guerra e estabelecer a paz”, disse o petista.
Assim como publicou o Brasil123, a guerra na Ucrânia teve início em fevereiro do ano passado, quando tropas da Rússia invadiram o país vizinho. Desde o início do confronto, a Ucrânia passou a receber armamentos e munições de vários países europeus e dos Estados Unidos, possibilitando assim que o país pudesse conter o avanço da Rússia, fazendo com que a guerra, que nos planos do presidente da Rússia Vladimir Putin iria durar semanas, perdurasse, até o momento, por mais de um ano.
“A paz está muito difícil. O presidente da Rússia não toma iniciativa de paz, o presidente da Ucrânia [Volodimir Zelenski] não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, afirmou Lula, completando ainda que é preciso “convencer as pessoas de que a paz é a melhor forma de estabelecer qualquer processo de conversação”, declarou o presidente.
Nas últimas semanas, o governo brasileiro recebeu pedidos vindos da Europa para que munições fossem vendidas para as forças ucranianos. Todavia, Lula recusou os pedidos, afirmando ainda que o Brasil não iria se envolver na guerra. Os comentários de Lula foram feitos um dia após o petista ter defendido o fim do envio de armamentos para Ucrânia e ainda afirmado que os Estados Unidos precisavam “parar de incentivar a guerra”.
Essas menções aos Estados Unidos, inclusive, podem impactar na relação do Brasil com os Estados Unidos. Isso acontece porque, de acordo com o jornalista Gerson Camaroti, da “TV Globo”, as críticas do petista feitas aos Estados Unidos causaram surpresa e uma forte contrariedade em Washington – o comunicador relatou que a passagem de Lula por Pequim foi acompanhada com atenção especial pela diplomacia americana.
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