Uma múmia de 5.300 anos foi encontrada nos Alpes italianos. Denominada de Ötzi, ou Homem de Gelo, a descoberta foi feita por turistas alemães.
A múmia não é só a mais famosa da Europa, como também, uma daquelas capazes de resultar nos estudos mais relevantes. Isso porque, o Homem de Gelo possibilita análises sobre a relação histórica milenar entre a cura, a religião e as tatuagens.
Ötzi possuía 61 tatuagens que foram espantosamente preservadas pelo extremo clima glacial. No entanto, embora muito se debata sobre o significado dessas tatuagens, os especialistas ainda não chegaram a nenhuma conclusão desde a descoberta.
Boa parte das tatuagens da múmia Ötzi consistem em extensas linhas desenhadas ao longo da parte inferior das costas, joelhos, pulsos e tornozelos. São justamente as partes do corpo onde as pessoas costumam sentir dor contínua à medida que a idade avança.
Pesquisadores acreditam que essas tatuagens sejam antigos tratamentos para dor, tendo em vista que na descoberta também haviam várias ervas populares pelas propriedades medicinais em volta do local onde Ötzi se encontrava no descanso final, enfatizando essa teoria.
Mas vale ressaltar que não são todas as 61 tatuagens encontradas na múmia que estavam em locais afetados pelo desgaste nas articulações. Alguns desenhos foram tatuados no peito. Várias teorias, técnicas e tecnologias já foram aplicadas a este conjunto de tatuagens, com o propósito de estabelecer um diagnóstico. No entanto, foi possível notar a presença de diversas técnicas ancestrais de acupuntura ou cerimoniais de cura até formarem um sistema de rituais e crenças religiosas.
A ideia de que as tatuagens de Ötzi possam ter um vínculo cultural ou espiritual é plausível para o povo na época. Historiadores especialistas em tatuagens alegam ter visto algumas usadas historicamente para a cura cerimonial, ritos religiosos, bem como para mostrar que a pessoa tatuada pertence a um determinado grupo cultural ou religioso. Portanto, nota-se que é um costume antigo preservado até os tempos de hoje.
Tatuagens antigas identificadas em resquícios de mumificação em mulheres no Egito mostram que os desenhos foram feitos há dois mil anos antes de Cristo. É o caso de figuradas gravadas e pintadas em relevos de tumbas e pequenas estatuetas esculpidas representando mulheres tatuadas entre quatro mil a 3.500 a.C.
Em ambos os casos, as tatuagens eram um acumulado de pontos, em diversas vezes, aplicados até que se formasse uma espécie de proteção no abdômen da mulher. Vale mencionar que algumas das tatuagens da deusa egípcia, Bes, foram encontradas na parte superior de uma coxa. A deusa era protetora das mulheres em trabalho de parto.