O início da noite desta quarta-feira deve ser bastante agitado para os líderes da política atual brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira, no Palácio do Planalto. A reunião tem como foco propor soluções para acabar com a crise entre a Câmara e o governo.
A previsão é de que também participe da reunião o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele já está no Planalto. E o ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha.
A crise entre Câmara e Planalto vem se agravando nas últimas semanas, com sucessivas derrotas do governo em votações.
O governo perdeu, por exemplo, na votação da MP da Mata Atlântica, que afrouxou regras de combate ao desmatamento. Perdeu também na derrubada de um decreto de Lula sobre o marco do saneamento básico.
O pico da crise entre as duas lideranças
O ponto maior da crise entre as duas lideranças aconteceu foi nesta terça, quando a Câmara não votou a medida provisória que reorganiza a estrutura dos ministérios. A poucos dias do vencimento da MP, Lira adiou a votação para esta quarta. E o governo ainda negocia para ver o texto aprovado.
Por sinal, a MP dos Ministério já foi desfigurada no Congresso. Parlamentares retiraram poderes dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
Problemas com o Centrão
Por parte da liderança política do PT, a principal dificuldade do governo de Lula é que partidos chaves, que possuem ministérios no governo, não estão entregando os votos como combinado. Um dos exemplos para este caso é o União Brasil e o MDB, por exemplo.
Alguns partidos do Centrão, que eventualmente poderiam votar a favor de alguns projetos do governo, também não estão entregando apoio.
Deputados reclamam do lento ritmo de liberação de emendas parlamentares. Também se queixam de que a interlocução política do governo não é confiável.
Há um clamor dentro da Câmara de que Lula entre em campo para fazer o diálogo com os deputados.
Os líderes do governo no Congresso, o ministro Padilha e o ministro Rui Costa (Casa Civil), destacados por Lula para fazer a articulação, não têm gozado de prestígio no parlamento.