Em sua obra, José Murilo de Carvalho discorre acerca das elites políticas no século XIX no Brasil e sobre o período do Império.
Analisando as elites, como são compostas e as ações dos atores sociais, o autor interpreta e apresenta a forma de dinâmica social da ordem escravistas e do Estado imperial, que composto por essa mesma elite, transformava e mantinha as estruturas sociais.
Carvalho chama a atenção para o fato de que seria necessário estudar a natureza do próprio governo e o sentido da ação das elites, de modo a não focar excessivamente na detecção de existência desse grupo e no questionamento de quem exerceria o poder, heranças teóricas dos métodos de posição ou decisão.
O autor faz então uma condensação de vários tipos de elites no Império e analisa as diversas características existentes nos setores judiciário, burocrático, eclesiástico e militar, além da extensa análise acerca dos atores da própria política, como os ministros e deputados nos estados brasileiros àquela época principalmente, dando destaque à homogeneidade da elite imperial.
Entretanto, ressalta que um dos aspectos mais relevantes nas elites de países de capitalismo frustrado era sua relação próxima com a burocracia estatal, sendo a competição entre os setores burocráticos e o regionalismo um dos fatores causais de algumas fragmentações da elite.
Por fim, pode-se afirmar que a compreensão das complexas relações entre Estado e sociedade que resultam da leitura do referido texto, permitem o entendimento mais avançado do sistema político em sua totalidade.
CARVALHO, J.M. de, 1996. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial 2a., Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Relume-Dumará, pp. 11-180.