Uma matéria veiculada neste domingo pelo programa “Fantástico”, da “Rede Globo”, mostrou que 30 policiais agentes da Polícia Militar (PM) foram presos suspeitos de ajudar, em troca de dinheiro, contrabandistas que vinham do Paraguai e tentavam entrar no Brasil. De acordo com a reportagem, a região em que o crime acontecia fica no Paraná, e serve como rota de entrada ilegal de perfumes, eletrônicos, armas e drogas.
Segundo a matéria, o crime dos agentes da PM pode ser provado através de áudios obtidos pelo Ministério Público Estadual (MPE) e também pela Corregedoria da entidade.
Nessas gravações, os policiais afirmam que conseguem liberar as cargas e também desviar mercadoria apreendida mediante pagamentos.
Conforme o “Fantástico”, um dos presos na operação é Rodrigo dos Santos Pereira, capitão da PM e comandante da quarta companhia da Polícia Rodoviária do Paraná.
Com as diligências, constatou-se que o agente público recebia pagamentos todo o mês para encobrir o esquema de corrupção e ajustar a escala dos patrulheiros no posto policial.
Técnica dos policiais
Para não levantar suspeitas dos crimes, os agentes preenchiam os boletins de ocorrência com informações imprecisas sobre as apreensões que supostamente haviam feito.
Segundo a matéria, dois policiais que foram presos chegaram a abrir uma loja para vender os produtos eletrônicos desviados. Todavia, a maioria era repassada a comerciantes da região a preços abaixo do mercado.
Mais propinas
Por fim, o “Fantástico” ainda revela que o grupo ainda mantinha um esquema muito bem organizado de cobrança de propina, dependendo do tamanho do veículo e do que era transportado.
Em uma das negociações gravadas e veiculadas no programa da “Rede Globo”, um contrabandista ouve dos policiais que, para passar com uma carga grande de cigarros, os agentes pediram R$ 200 mil reais. Após uma negociação, o valor acertado ficou em R$ 150 mil, com a garantia de escolta da carga com as próprias viaturas da polícia.
Ao todo, suspeita-se que os policiais tenham faturado mais de R$ 10 milhões de reais com propinas e também com a venda das mercadorias.
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