Pela segunda vez em quatro anos, o mundo registrou a temperatura mais alta da história em 2020. Além disso, a última década foi a mais quente de todos os tempos. O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) revelou os dados alarmantes sobre o aquecimento global nesta sexta-feira (8).
2020 empatou com o ano mais quente registrado até então, em 2016. No ano passado, houve um aumento médio da temperatura de 1,25 graus Celsius em comparação com a era pré-industrial, assim como em 2016, conforme o Copernicus.
No entanto, 2016 foi marcado por um forte episódio do El Niño. Ou seja, quando as águas superficiais quentes do Oceano Pacífico tropical podem aumentar as temperaturas globais. De acordo com especialistas, o fenômeno oceânico natural ocorre entre 2 e sete anos.
O El Niño contribuiu para um aumento entre 0,1 e 0,2 graus Celsius na temperatura. Em contrapartida, as Niñas, atualmente em andamento, têm um efeito de resfriamento oposto.
“2020 é caracterizado por seu calor excepcional”, confirmou o diretor da C3S, Carlo Buontempo. “Este é mais um lembrete da necessidade urgente de reduzir ambiciosamente as emissões para evitar impactos climáticos adversos no futuro”, disse.
Partes do Ártico e do norte da Sibéria viram algumas das maiores divergências da temperatura média anual para essas áreas em 2020. Conforme o Copernicus, uma grande parte da região apresentou diferenças de 3°C e em alguns lugares até 6°C.
Recordes na Europa
Enquanto isso, a Europa teve o ano mais quente já registrado. A temperatura aumentou 0,4°C em comparação com recorde anterior, de 2019. Além disso, os dados sazonais para o inverno 2019/20 e outono de 2020 mostraram que eles também foram os mais quentes já registrados.
Já nos primeiros dias de 2021, a Europa enfrenta recordes de temperaturas negativas. Na Espanha, por exemplo, os termômetros marcaram -35,8°C pela primeira vez na história do país.