A Síria completa 10 anos desde que protestos pacíficos contra o governo do presidente Bashar al-Assad eclodiram em março de 2011. As manifestações se desencadearam em uma revolta popular que rapidamente se transformou em uma guerra civil completa. Apesar de uma década de combates e um país dividido, Assad continua firmemente no poder. Isso porque ele conta com o apoio militar do Irã e da Rússia.
Quase meio milhão de pessoas foram mortas nos conflitos e outros milhões foram forçados a fugir de suas casas. Hoje, mais da metade da população pré-guerra de 23 milhões permanece deslocada, incluindo mais de cinco milhões que são refugiados, principalmente em países vizinhos da Síria.
No Líbano, a maioria dos refugiados sírios que vivem no país quer voltar para casa. De acordo com a ONU, nove em cada 10 famílias de refugiados sírios no Líbano são pobres e contam com o apoio da organização para sobreviver. Eles têm medo de voltar porque não há garantias de segurança pelo governo da Síria. Na verdade, as Nações Unidas e a União Europeia acreditam que os retornos em massa não são propícios neste momento, devido à falta de garantias de segurança para os refugiados.
Enquanto isso, a maioria dos cerca de 4,5 milhões de refugiados sírios que vivem na Turquia estabeleceram suas vidas em grandes cidades. A maioria deles não quer voltar pois conseguiram trabalho e estudo para os filhos. Depois de passar cinco anos na Turquia, os refugiados também têm o direito de solicitar a cidadania turca por lei.
Pobreza na Síria
A década de guerra causou uma profunda destruição na Síria e milhões de pessoas foram empurrados para a pobreza. A ONU afirma que mais de 80% dos sírios vivem na pobreza e 60% correm o risco de passar fome.
Hoje, a Síria, além de estar economicamente devastada, também continua dividida. Grupos armados ainda dominam a província de Idlib, no noroeste, com rebeldes apoiados pela Turquia controlando trechos ao longo da fronteira turca.
As forças curdas sírias apoiadas pelos Estados Unidos ocupam cerca de um quarto do país no nordeste, enquanto al-Assad controla o resto. Por exemplo, Deraa, cidade berço da revolta da Síria em 2011, está sob o controle das forças de Assad desde 2018.
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